Estas
palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam
n'alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo enternecida e ufana
por ouvir aquele altivo e indômito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do
mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: - Itajiba, tuas
falas são mais doces para minha alma que os favos da jataím ou o suco delicioso
do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao
bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro
também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham revelado.
A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida
entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os
primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá
aos primeiros raios do sol.
(GUIMARÃES,
B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso: 7
out. 2015)
O
texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as
marcas textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em
destaque a:
A)
referência a elementos da natureza local.
B)
exaltação de Itajiba como nobre guerreiro.
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