O
mundo revivido
Sobre
esta casa e as árvores que o tempo
esqueceu
de levar. Sobre o curral
de
pedra e paz e de outras vacas tristes
chorando
a lua e a noite sem bezerros.
Sobre
a parede larga deste açude
onde
outras cobras verdes se arrastavam,
e
pondo o sol nos seus olhos parados
iam
colhendo sua safra de sapos.
Sob as
constelações do sul que a noite
armava
e desarmava: as Três Marias,
o
Cruzeiro distante e o Sete-Estrelo.
Sobre
este mundo revivido em vão,
a
lembrança de primos, de cavalos,
de
silêncio perdido para sempre.
(DOBAL,
H. A província deserta. Rio de Janeiro: Artenova, 1974)
No
processo de reconstituição do tempo vivido, o eu lírico projeta um conjunto de
imagens cujo lirismo se fundamenta no:
A)
inventário das memórias evocadas afetivamente.
B)
reflexo da saudade no desejo de voltar à infância.
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