À
garrafa
Contigo
adquiro a astúcia
de
conter e de conter-me.
Teu
estreito gargalo
é uma
lição de angústia.
Por
translúcida pões
o
dentro fora e o fora dentro
para
que a forma se cumpra
e o
espaço ressoe.
Até
que, farta da constante
prisão
da forma, saltes
da mão
para o chão
e te
estilhaces, suicida.
Numa
explosão
de
diamantes.
(PAES.
J. P. Prosas seguidas do odes mínimos. São Pauto: Cia. das Letras, 1992)
A
reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção
literária contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por
um(a):
A)
reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo,
manifesto na expressão “Por translúcida pões”.
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