Maria
Diamba
Para
não apanhar mais
falou
que sabia fazer bolos:
virou
cozinha.
Foi
outras coisas para que tinha jeito.
Não
falou mais.
Viram
que sabia fazer tudo,
até
molecas para a Casa-Grande.
Depois
falou só,
só
diante da ventania
que
vinha do Sudão;
falou
que queria fugir
dos
senhores e das judiarias deste mundo
para o
sumidouro.
(LIMA,
J. Poemas negros. Rio de Janeiro: Recor, 07)
O
poema de Jorge de Lima sintetiza o percurso de vida de Maria Diamba e sua
reação ao sistema opressivo da escravidão. A resistência dessa figura feminina
é assinalada no texto pela relação que se faz entre:
A) o
uso da fala e o desejo de decidir o próprio destino.
B) a
exploração sexual e a geração de novas escravas.
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