Ai se
sêsse
Se um
dia nois se gostasse
Se um
dia nois se queresse
Se
nois dois se empareasse
Se
juntim nois dois vivesse
Se
juntim nois dois morasse
Se
juntim nois dois drumisse
Se juntim
nois dois morresse
Se pro
céu nois assubisse
Mas
porém se acontecesse
De São
Pedro não abrisse
A
porta do céu e fosse
Te
dizer qualquer tulice
E se
eu me arriminasse
E tu
cum eu insistisse
Pra
que eu me arresolvesse
E a
minha faca puxasse
E o
bucho do céu furasse
Tarvês
que nois dois ficasse
Tarvês
que nois dois caísse
E o
céu furado arriasse
E as
virgi toda fugisse
(ZÉ DA
LUZ. Cordel do Fogo Encantado. Recife: Álbum de estúdio, 2001)
O
poema foi construído com formas do português não padrão, tais como
"juntim", "nois", "tarvês". Essas formas
legitimam-se na construção do texto, pois:
A)
revelam o bom humor do eu lírico do poema.
C)
revelam as escolhas de um poeta não escolarizado.
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