Minha
mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A
coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele
dia de noite, o pai fazendo serão,
ela
falou comigo:
"Coitado,
até essa hora no serviço pesado".
Arrumou
pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me
falou em amor.
Essa
palavra de luxo.
(PRADO,
A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991)
Um dos
procedimentos consagrados pelo Modernismo foi a percepção de um lirismo
presente nas cenas e fatos do cotidiano. No poema de Adélia Prado, o eu lírico
resgata a poesia desses elementos a partir do(a):
A)
reflexão irônica sobre a importância atribuída aos estudos por sua mãe.
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