Turismo
volta a aquecer e deve gerar 81,7 mil vagas na alta temporada
CNC projeta
faturamento de R$ 171,9 bilhões pelo setor
Publicado em
10/11/2021 - 11:41 Por Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro
A
flexibilização das medidas de isolamento social, resultante do avanço da
vacinação contra a covid-19, tem reaquecido o ritmo de atividade dos serviços
turísticos. A expectativa é que o segmento contrate 478,1 mil trabalhadores
formais entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022. Desse total, 81,7 mil serão
voltados, especificamente, para atender à demanda da alta temporada, com vagas
temporárias, segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio
de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
De acordo com
o Índice de Atividades Turísticas, apurado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o volume de receitas do setor avançou 49,1%
desde o fim da segunda onda da pandemia no Brasil. E, embora ainda esteja 20,7%
abaixo do nível registrado antes do início da crise sanitária, é o melhor
resultado desde fevereiro de 2020.
Com a permanência
desse cenário, a CNC projeta que as atividades turísticas faturem R$ 171,9
bilhões ao longo da próxima alta temporada o que contribuiria para levar o
nível de volume de receitas ao patamar registrado imediatamente antes do início
da pandemia a partir de maio de 2022.
Segundo o
presidente da CNC, José Roberto Tadros, um sinal de reativação parcial das
atividades é o comportamento de preços setoriais.
“Embora,
durante a primeira onda da pandemia de covid-19, os serviços turísticos tenham
ficado mais baratos, apresentando reduções de 6,3% nas diárias de hotéis e
pousadas e de 28,5% nas passagens aéreas, por exemplo, nos últimos meses, a
retomada da demanda e, principalmente, a evolução de tarifas, como a energia
elétrica, vêm pressionando praticamente todos os preços da economia”, avaliou.
De acordo com a entidade, apenas em 2021, a energia elétrica acumulou alta de 24,97% e os gastos com energia representam, em média, 19% dos custos nos serviços de hospedagem e 15% em bares e restaurantes.
“Ainda assim, de
março de 2020 a outubro de 2021, a variação média dos preços dos serviços
turísticos (+7,8%) se deu abaixo da inflação medida pelo IPCA-15 (+11,8%) e
alguns serviços típicos do setor ainda apresentaram preços inferiores aos
praticados antes do início da crise sanitária, como hospedagem (-5,7%),
transporte por aplicativo (-6,7%) e passagens rodoviárias intermunicipais
(-10,7%)”, informou a CNC.
Avanço na
vacinação
O estudo
também aponta que os impactos positivos da flexibilização vêm sendo percebidos
na geração de postos de trabalho formal nas atividades turísticas. Em 2020,
quando o setor apresentou retração de 36% no volume de receitas, a diferença
entre o número de admissões (897,51 mil) e desligamentos (1,13 milhão) produziu
um saldo negativo anual de 238,68 mil vagas, segundo dados do Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged).
Entre janeiro
e setembro de 2021, antes do início do período de contratações para a alta
temporada, as empresas já haviam registrado um saldo positivo de 167,53 mil postos
formais. A maior parte dessas vagas (126,8 mil) foi gerada a partir de maio,
com o avanço da vacinação.
O economista
da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, analisa que, tradicionalmente,
o segmento que mais oferece oportunidades temporárias nessa época do ano é o de
bares e restaurantes.
“Para a
temporada iniciada este ano, o ramo deverá responder por 77,5% ou 63,4 mil
vagas. Outro ramo que costuma se destacar é o de hospedagem, que,
historicamente, oferece durante o período a quase totalidade (97,2%) das suas
vagas temporárias ao longo de doze meses. Para a alta temporada 2021/2022, esse
segmento deverá responder por 13,8% (11,2 mil) do total de empregos criados no
turismo”.
Em relação às
ocupações, os principais profissionais demandados pelo setor ao longo da
próxima alta temporada deverão ser recepcionistas (14,49 mil vagas);
cozinheiros e auxiliares (8,09 mil); camareiros (7,30 mil); garçons e
auxiliares (4,76 mil); e auxiliares de lavanderia (7,76 mil). A expectativa é
que São Paulo (23,49 mil vagas), Rio de Janeiro (10,34 mil) e Minas Gerais
(7,43 mil) ofereçam metade do total de vagas.
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