Crianças arcam com o pior da covid-19, dizem
estudos do Vaticano
Pandemia lançou 150 milhões de crianças na
pobreza
Publicado em 22/12/2021 - 18:26 Por Philip Pullella - da
agência Reuters - Cidade do Vaticano
As crianças de todo o mundo estão arcando com o pior da
pandemia de covid-19, sendo alvo de aumentos acentuados de violência, abuso,
trabalho infantil, evasão escolar e desnutrição, revelam dois estudos do
Vaticano divulgados hoje (22).
As pesquisas, que se baseiam em dados acadêmicos e
científicos, da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outros materiais de
consulta, foram realizadas pelo escritório de desenvolvimento do Vaticano e
pela Pontifícia Academia para a Vida.
"Relatos de violência, abuso e exploração de crianças
aumentam acentuadamente desde que a pandemia começou. Comunidades mais pobres
arcam desproporcionalmente com estas adversidades", disse um dos estudos.
Mortes
Segundo eles, estima-se que até setembro mais de 5 milhões
de crianças perderam para a pandemia um dos pais, um avô detentor da guarda ou
um cuidador secundário - ou um pai ou cuidador a cada 12 segundos.
A pandemia reverteu uma tendência animadora de redução da
pobreza, lançando 150 milhões de crianças a mais nesta condição e aumentando o
número de crianças submetidas ao trabalho infantil para 160 milhões.
A insegurança alimentar crescente provocou entre seis e
sete milhões de casos novos de desnutrição em crianças menores de cinco anos, o
que se traduziu em cerca de 100 mil mortes por mês em 2020, 80% delas no sul da
Ásia ou na África subsaariana.
A taxa de evasão escolar estava aumentando consideravelmente
no sul do planeta e se estima que dez milhões de crianças de todo o mundo podem
nunca mais voltar às salas de aula.
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