FMI anuncia
fechamento do escritório no Brasil
Órgão
deixará o país em junho de 2022, após 23 anos
Publicado em
16/12/2021 - 16:11 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília
Depois de 23
anos com representação no país, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou
hoje (16) o fechamento do escritório no Brasil. A unidade em Brasília fechará
as portas em 30 de junho de 2022, quando acabará o mandato do atual representante
do órgão no país.
A partir dessa
data, o governo brasileiro passará a comunicar-se com o FMI apenas por meio de
contatos com a sede, em Washington. Ontem (15), o ministro da Economia, Paulo
Guedes, havia anunciado que tinha assinado o documento para encerrar a
cooperação entre o governo brasileiro e o organismo multilateral.
"O FMI
fechou um acordo com as autoridades brasileiras para encerrar o Escritório de
Representação do FMI em Brasília até 30 de junho de 2022", informou o FMI
em nota. O órgão informou que pretende manter boas relações com o Brasil.
“Esperamos que
a alta qualidade do envolvimento do corpo técnico do Fundo com as autoridades
brasileiras continue, à medida que trabalhamos de perto para apoiar o Brasil no
fortalecimento de sua política econômica e configurações institucionais”,
acrescentou o FMI no comunicado.
Aberto em
1999, quando o Brasil atravessou uma crise econômica e recorreu a empréstimos
do órgão, o escritório originalmente tinha a função de monitorar se o país
estava cumprindo as condições exigidas para liberar as linhas de crédito de
socorro. O último acordo do Brasil com o Fundo Monetário acabou em 2005, mas o
escritório foi mantido para facilitar o diálogo entre o corpo técnico do órgão
e as autoridades brasileiras, principalmente para recomendar políticas públicas
e práticas econômicas.
Em evento com empresários, ontem, em São Paulo, Guedes criticou previsões recentes do FMI sobre o desempenho da economia brasileira. Nos últimos meses, a equipe econômica e o organismo internacional divergiam sobre modelos econométricos para estimar o Produto Interno Bruto (PIB) em momentos de instabilidade, como uma pandemia.
“Vou dizer até
com delicadeza que nós estamos dispensando o FMI. Eles estão aqui há bastante
tempo, havia bastante desequilíbrio. E eu assinei [o acordo de fechamento do
escritório]. Pode voltar, pode passear lá fora. Vieram aqui para prever uma
queda de 9,7%, e a Inglaterra ia cair 4%. Nós caímos 4%; a Inglaterra, 9,7%.
Achamos melhor eles fazerem previsões em outro lugar”, declarou Guedes, em
evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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