IBGE:
desemprego cai 1,6 ponto percentual e chega a 12,1%
Queda foi
registrada no trimestre de agosto a outubro deste ano
Publicado em
28/12/2021 - 11:21 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil -
Rio de Janeiro
O desemprego
no Brasil atingiu 12,1% no trimestre móvel de agosto a outubro de 2021, o que
representa queda de 1,6 ponto percentual (p.p.) na comparação com o trimestre
de maio a julho de 2021, quando ficou em 13,7%. Em relação ao mesmo trimestre
móvel de 2020 (14,6%), o recuo é de 2,5 pontos percentuais.
A população
desocupada chegou a 12,9 milhões de pessoas, uma redução de 10,4% ou menos 1,5
milhão, se comparado ao trimestre encerrado em julho, quando eram 14,4 milhões
de pessoas. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2020 (14,6 milhões de
desocupados), caiu 11,3% ou menos 1,7 milhão.
Os dados são
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua),
divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Ocupação
De acordo com
a pesquisa, a população ocupada atingiu 94,0 milhões de pessoas, com
crescimento de 3,6% ou 3,3 milhões de pessoas ante o trimestre anterior e
avançou 10,2% ou 8,7 milhões de pessoas, em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O nível da
ocupação, que é o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de
trabalhar, foi estimado em 54,6%, segundo o IBGE, o maior desde o trimestre
encerrado em abril do ano passado. O resultado representa também uma alta de
1,8 p.p. na comparação com o trimestre de maio a julho de 2021. Lá eram 52,8% e
de 4,6 p.p. ante o mesmo período do ano anterior (50,0%).
Crescimento da
ocupação
Para a
coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, a queda na
taxa de desocupação está relacionada ao crescimento da ocupação, como já vinha
acontecendo nos meses anteriores. “O aumento no número de ocupados ocorreu em
seis dos dez grupamentos de atividades, a exemplo do comércio, da indústria e
dos serviços de alojamento e alimentação”, observou.
De acordo com
o IBGE, o aumento na ocupação teve influência do número de empregados com
carteira de trabalho no setor privado, que alcançou 33,9 milhões, um avanço de
4,1% se comparado ao trimestre anterior. O percentual equivale a 1,3 milhão de
pessoas a mais.
“Do aumento de 3,3 milhões de pessoas na ocupação, 40% são trabalhadores com carteira assinada no setor privado. Essa recuperação do trabalho formal já vem ocorrendo nos meses anteriores, desde o trimestre encerrado em julho. Então, embora o emprego com carteira no setor privado ainda esteja em um nível abaixo do que era antes da pandemia, vem traçando uma trajetória de crescimento”, apontou a coordenadora.
Ainda no setor
privado, o total de empregados sem carteira cresceu 9,5% ou 1,0 milhão de
pessoas. No trimestre encerrado em outubro, a categoria somava 12 milhões de
trabalhadores. Em igual período, o número de trabalhadores domésticos sem
carteira cresceu 8,0%, e o de empregadores sem Cadastro Nacional da Pessoa
Jurídica (CNPJ) aumentou 7,4%. Com isso, a taxa de informalidade atingiu 40,7%,
o que significa 38,2 milhões de trabalhadores informais no país.
O crescimento
da ocupação influenciado pelo trabalho informal, resultou na queda de 4,6% no
rendimento real habitual e atingiu R$ 2.449. Na comparação com o mesmo
trimestre do ano anterior, o recuo é de 11,1%. Já a massa de rendimento, com R$
225 bilhões, permaneceu estável frente aos dois trimestres.
“Apesar de
haver um crescimento significativo da ocupação, a massa de rendimento permanece
estável. Isso acontece porque o rendimento do trabalhador tem sido cada vez
menor, seja porque a expansão do trabalho ocorre em ocupações de menor
rendimento, seja pelo avanço da inflação nos últimos meses”, comentou Adriana.
Conta própria
O contingente
de trabalhadores por conta própria subiu 2,6%, somando 25,6 milhões. Conforme a
pesquisa, são 638 mil pessoas a mais nesta categoria. O aumento dos
trabalhadores domésticos ficou em 7,8% também na comparação com o trimestre
terminado em julho, o que representa mais 400 mil pessoas. A maior parte desse
aumento também veio do trabalho informal. Foram contratadas 308 mil sem
carteira de trabalho assinada.
A população
fora da força de trabalho registrou queda de 2,1% em relação ao último
trimestre. Essas pessoas que não estavam nem ocupadas nem desocupadas na semana
de referência somaram 65,2 milhões de pessoas no trimestre encerrado em
outubro. Se comparado ao mesmo período do ano anterior, apresentou recuo de 5,4
milhões de pessoas.
Potencial
Segundo a
pesquisa, ante o último trimestre, 436 mil pessoas saíram da força de trabalho
potencial. Aí estão as pessoas em idade de trabalhar, nem ocupadas, nem
desocupadas, mas que tinham potencial para estar na força de trabalho. O IBGE
estimou o contingente em 9,3 milhões de pessoas. Fazem parte do grupo os
desalentados, que são pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de
conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar. Esse grupo caiu 3,8% e
foi estimado em 5,1 milhões de pessoas. Na comparação com o mesmo período do
ano anterior, quando eram Brasil 5,8 milhões de pessoas desalentadas no Brasil,
houve queda de 11,9%.
Comércio
O número de
ocupados no comércio subiu 6,4%, isso equivale a 1,1 milhão de pessoas a mais
trabalhando no setor. Na indústria a alta ficou em 4,6%, ou mais 535 mil
pessoas. Conforme a pesquisa, em igual período, mais 500 mil pessoas passaram a
trabalhar no segmento de alojamento e alimentação (11,0%). Na construção, foi
registrada uma elevação de 6,5% na ocupação ou 456 mil pessoas.
Adriana
Beringuy informou que na comparação com o trimestre anterior, dos dez
grupamentos de atividades, seis tiveram crescimento na ocupação e os demais
ficaram estáveis. “Quando comparamos com o mesmo trimestre do ano anterior,
nove apontaram crescimento significativo. Isso indica que a conjuntura
econômica do trimestre encerrado em outubro é muito diferente do mesmo período do
ano passado. A recuperação já mostra um cenário muito mais favorável para a
ocupação”, completou.
Pesquisa
A Pnad
Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no
país. Segundo o IBGE, a amostra da pesquisa por trimestre no Brasil é realizada
em 211 mil domicílios com cerca de dois mil entrevistadores, em 26 estados e
Distrito Federal, integrados à rede de coleta de mais de 500 agências do órgão.
Por causa da
pandemia de covid-19, o IBGE adotou a coleta de informações da pesquisa por
telefone desde 17 de março de 2020. “É possível confirmar a identidade do
entrevistador no site Respondendo ao IBGE ou via Central de atendimento (0800
721 8181), conferindo a matrícula, RG ou CPF do entrevistador, dados que podem
ser solicitados pelo informante”, indicou o IBGE.
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