Inspiração
no lixo
O
paulistano Jaime Prades, um dos precursores do grafite e da arte urbana, chegou
ao lixo por sua intensa relação com as ruas de São Paulo. “A partir da década
de 1980, passei a perceber o desastre que é a ecologia urbana. Quando a gente
fala em questão ambiental, sempre se refere à natureza, mas a crise ambiental
urbana é forte”, diz Prades. Inspirado pela obra de Frans Krajcberg, há quatro
anos Jaime Prades decidiu construir uma árvore gigante no Parque do Ibirapuera
ou em outro local público, feita com sobras de madeira garimpadas em caçambas.
“Elas são como os intestinos da cidade, são vísceras expostas”, conta Prades.
“Percebi que cada pedaço de madeira carregava a memória da árvore de onde ela
veio. Percebi que não estava só reciclando, e sim resgatando”. Sua árvore
gigante ainda não vingou, mas a ideia evoluiu. Agora, ele pretende criar uma
plataforma na internet para estimular outros artistas a fazer o mesmo.
"Teríamos uma floresta virtual planetária, na qual se colocariam essas
questões de forma poética, criando uma discussão enriquecedora.”
(VIEIRA,
A. National Geographic Brasil, n. 65-A, 15)
O
texto tematiza algumas transformações das funções da arte na atualidade. No
trabalho citado, do artista Jaime Prades, considera-se a:
A)
reflexão sobre a responsabilidade ambiental do homem.
B)
valorização da poética em detrimento do conteúdo.
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