Sou um
homem comum
brasileiro,
maior, casado, reservista,
e não
vejo na vida, amigo
nenhum
sentido, senão
lutarmos
juntos por um mundo melhor.
Poeta
fui de rápido destino
Mas a
poesia é rara e não comove
nem move
o pau de arara.
Quero,
por isso, falar com você
de
homem para homem,
apoiar-me
em você
oferecer-lhe
meu braço
que o
tempo é pouco
e o
latifúndio está aí matando
[...]
Homem
comum, igual
a
você,
[...]
Mas
somos muitos milhões de homens
comuns
e
podemos formar uma muralha
com
nossos corpos de sonhos e margaridas.
(FERREIRA
GULLAR. Dentro da noite veloz. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013 - fragmento)
No
poema, ocorre uma aproximação entre a realidade social e o fazer poético,
frequente no Modernismo. Nessa aproximação, o eu lírico atribui à poesia um
caráter de:
A)
agregação construtiva e poder de intervenção na ordem instituída.
B) força
emotiva e capacidade de preservação da memória social.
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