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SIMULADO INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO CENSO 2022

 








1. (FGV 2017)
Texto 1 – Preâmbulo
O cristianismo impregna, com maior ou menor evidência, a vida cotidiana, os valores e as opções estéticas até mesmo dos que o ignoram. Ele contribui para o desenho da paisagem dos campos e das cidades. Às vezes, ganha destaque no noticiário. Contudo, os conhecimentos necessários à interpretação dessa presença se apagam com rapidez. Com isso, a incompreensão aumenta.
Admirar o monte Saint-Michel e os monumentos de Roma, de Praga ou de Belém, deleitar-se com a música de Bach ou de Messiaen, contemplar os quadros de Rembrandt, apreciar verdadeiramente certas obras de Stendhal ou de Victor Hugo implica poder decifrar as referências cristãs que constituem a beleza desses lugares e dessas obras-primas. Entender os debates mais recentes sobre a colonização, as práticas humanitárias, a bioética, o choque de culturas também supõe um conhecimento do cristianismo, dos elementos fundamentais da sua doutrina, das peripécias que marcaram sua história, das etapas da sua adaptação ao mundo.
Foi nessa perspectiva que nos dirigimos a eminentes especialistas. Propusemos a eles que pusessem seu saber à disposição dos leitores de um vasto público culto. Isso, sem o peso da erudição, sem o emprego de um vocabulário excessivamente especializado, sem eventuais alusões a um suposto conhecimento prévio, que não tem mais uma existência real, e, claro, sem intenção de proselitismo. ( História do Cristianismo , org. Alain Corbin. São Paulo: Martins Fontes. 2009. p.XIII).
Segundo o autor do texto 1, a qualidade que NÃO vai estar presente em seu livro é:
A) divulgação clara de conhecimentos;
B) veiculação de conhecimentos especializados;
C) simplicidade vocabular;
D) predomínio da denotação sobre a conotação;
E) democratização temática.


 
2. (FGV 2017) Abaixo de uma foto da guerra na Síria, o jornal Folha de São Paulo , de 05/04/2017, escreveu o seguinte:
“Homem carrega criança morta em ataque com gás que matou ao menos 58 em cidade da Síria”.
O problema de construção dessa frase é:
A) a falta de paralelismo;
B) o desrespeito pelas regras gramaticais;
C) a possível ambiguidade;
D) a presença exagerada de linguagem coloquial;
E) a ausência de pontuação.


 
3. (FGV 2017)
Texto 3 – “Silva, Oliveira, Faria, Ferreira... Todo mundo tem um sobrenome e temos de agradecer aos romanos por isso. Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu um império com a conquista de boa parte das terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda. Eles tiveram a ideia de juntar ao nome comum, ou prenome, um nome.
Por quê? Porque o império romano crescia e eles precisavam indicar o clã a que a pessoa pertencia ou o lugar onde tinha nascido”. (Ciência Hoje, março de 2014)
“Foi esse povo, que há mais de dois mil anos ergueu um império com a conquista de boa parte das terras banhadas pelo Mediterrâneo, o inventor da moda”.
A afirmação correta sobre os componentes desse segmento do texto 3 é:
A) o termo “moda” se refere às vestimentas usadas num determinado momento da história;
B) o adjetivo “boa” indica a parte das terras adequada para a atividade econômica;
C) o termo “esse povo” se refere à coletividade dos povos conquistados pelos romanos;
D) “há mais de dois mil anos” marca uma datação precisa dos fatos citados;
E) o termo “conquista” mostra meios militares na formação do império romano.

 
4. (FGV 2017)
TEXTO 1 – CHINA
Estou há pouco mais de dois anos morando na China, leitor, e devo dizer que a minha admiração pelos chineses só tem feito crescer. É um país que tem coesão e rumo, como notou o meu colega de coluna neste jornal Cristovam Buarque, que passou recentemente por aqui.
Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país. E mais o seguinte: uma noção completamente diferente do tempo. Trata-se de uma civilização milenar, com mentalidade correspondente. Os temas são sempre tratados com uma noção de estratégia e visão de longo prazo. E paciência. A paciência que, como disse Franz Kafka, é uma segunda coragem.
Nada de curto praxismo, do imediatismo típico do Ocidente, que têm sido tão destrutivos e desagregadores.
Esse traço do chinês é até muito conhecido no resto do mundo. Há uma famosa observação do primeiro-ministro Chou En-Lai, muito citada, que traduz essa noção singular do tempo. Em certa ocasião, no início dos anos 1970, um jornalista estrangeiro lançou a pergunta: “Qual é afinal, primeiro-ministro, a sua avaliação da Revolução Francesa?” Chou En-Lai respondeu: “É cedo para dizer”.
Recentemente, li aqui na China que essa célebre resposta foi um simples mal-entendido. Com os percalços da interpretação, Chou En-Lai entendeu, na verdade, que a pergunta se referia à revolta estudantil francesa de 1968! Pronto. Criou-se a lenda.
Pena que tenha sido um mal-entendido. Seja como for, é indubitável que para os chineses o tempo tem outra dimensão. Para uma civilização de quatro mil anos ou mais, uma década tem sabor de 15 minutos. ( O Globo , 15/9/2017)
“Coesão e rumo. Exatamente o que falta ao nosso querido país”. Sobre esse segmento do texto 1, é correto afirmar que:
A) as duas palavras iniciais representam a mesma coisa, daí que o texto expresse no singular “o que falta”;
B) o advérbio “exatamente” tem valor irônico, já que se trata de uma ausência negativa;
C) o possessivo “nosso” se justifica por abarcar o cronista e a imensa maioria de seus leitores;
D) o termo “querido país” se refere ao Brasil, de forma explícita, e à China, de forma implícita;
E) o segundo período desse segmento funciona como explicação vocabular dos termos anteriores.

 
5. (FGV 2017)
“A produção industrial do país subiu 0,1% em fevereiro na comparação com o mês anterior, informou o IBGE.
O resultado indica que o setor entrou em fase de estabilidade após forte recessão. Ficou, no entanto, abaixo da expectativa do mercado, de elevação de 0,5%.
Nos últimos 12 meses, a retração acumulada na indústria é de 4,8%”. ( Folha de São Paulo , 05/04/2017).
A afirmativa correta sobre o texto acima é:
A) a comparação que serve de base para a pesquisa é feita entre os dois últimos meses de fevereiro (2017/2016);
B) o mercado esperava que a produção industrial subisse 0,6%;
C) a conjunção ‘no entanto’ opõe estabilidade e recessão;
D) a expectativa do mercado mostrava um pessimismo que a pesquisa não confirmou;
E) a informação prestada pelo jornal mostra um cenário negativo, mas com sinais de mudança.


 
6. (FGV 2017)
Um jornal carioca anunciava aos turistas na cidade: Pesquisa da UFRJ mostrou que as praias do Rio não estão poluídas, por isso todos podem frequentá-las.
Nesse caso, o raciocínio se apoia numa premissa que é um(a):
A) fato;
B) opinião;
C) testemunho de autoridade;
D) analogia;
E) argumento absurdo.


 
7. (FGV 2017)
Texto 3 - “A ética lida com aquilo que pode ser diferente do que é. O terremoto que aniquila uma comunidade ou a leucemia que destrói a vida de um jovem provocam em nós um sentimento íntimo de revolta, mas não se prestam à condenação moral. São eventos naturais, determinados por mecanismos causais inerentes ao mundo físico e que independem por completo da vontade e escolha humanas. Podemos, é claro, evitar a construção de cidades em áreas de risco e buscar a cura da leucemia; ou aceitar estoicamente os fatos; ou rezar. Mas seria absurdo supor que eventos como estes possam ser diferentes do que são”. (Eduardo Giannetti, Vícios privados, benefícios públicos? São Paulo: Companhia das Letras, 2007. p. 19)
O texto 3 de Giannetti fala de “aceitar estoicamente os fatos”; isso significa:
A) aceitar a tragicidade da vida com resignação religiosa;
B) conformar-se impassivelmente em face da dor ou do infortúnio;
C) revoltar-se contra as injustiças praticadas pelos homens;
D) indignar-se com os fatos incompreensíveis do destino;
E) resignar-se diante dos problemas causados pelo mundo físico.


 
8. (FGV 2017)
Texto 4 – ANIMAIS, NOSSOS IRMÃOS
“Desde o início da vida no planeta Terra, muitas são as espécies animais que foram extintas por vários motivos.
Atualmente, quando se mencionam ‘espécies em extinção’, afloram as várias atividades humanas que as provocaram, ou estão provocando.
Dentre essas ações, as principais talvez sejam:
l) a caça predatória de animais de grande porte e de alguns animais menores; todos esses animais, de uma forma ou de outra, rendem expressivos lucros;
ll) a descuidada aplicação dos chamados ‘defensivos agrícolas’ ou agrotóxicos, desestabilizando completamente o ecossistema;
lll) as grandes tragédias provocadas também pela incúria humana como os incêndios florestais e derramamento de petróleo cru nos mares;
lV) o desmatamento de grandes áreas, fator de cruel desalojamento dos habitats de incontáveis espécies animais”. (Eurípedes Kuhl)
A finalidade básica do texto 4 é:
A) denunciar os erros humanos que concorrem para a extinção de algumas espécies animais;
B) informar os processos que são empregados pelos homens para a extinção de algumas espécies;
C) condenar a ganância humana por dinheiro, colocando em risco a vida no planeta;
D) ajudar os homens bem intencionados a combater as tragédias ambientais;
E) alertar autoridades para o descaso dos homens em relação aos animais.


 
9. (FGV 2017)
Um shopping mostrava o seguinte aviso na entrada de um dos seus elevadores: ‘É permitida a entrada de cães no elevador social e de serviço, apenas”.
A redação do texto mostra problemas estruturais, mas depreende-se do texto e da situação, que:
A) cães não podem entrar nas lojas ou andar pelos corredores;
B) os cachorros não podem subir pelas escadas rolantes; 
C) os donos de cães só podem subir com os animais pelo elevador de serviço;
D) o transporte de animais deve ser obrigatoriamente realizado com acompanhantes no elevador social;
E) cães não são bem-vindos ao shopping.


 
10. (FGV 2017)
Texto 2
Na entrevista de um jornal mineiro apareciam os depoimentos de dois jovens:
Jovem 1 – Uma luta de boxe é muito mais chocante quando a gente está presente no ginásio. Nós vemos os golpes e é divertido ver um deles cair à sua frente. Na TV não tem emoção .
Jovem 2 – Numa luta de boxe, as câmeras filmam todos os detalhes. Quando um dos lutadores é ferido, o sangue é mostrado na nossa cara. É impressionante. Ver a luta de perto não é a mesma coisa, os espectadores não veem nada .
No texto 2, ambas as respostas dos jovens apresentam opiniões como argumento; o segmento que NÃO se inclui entre os opinativos é:
A) Uma luta de boxe é muito mais chocante...
B) ...é divertido ver um deles cair à sua frente.
C) Na TV não tem emoção.
D) Quando um dos lutadores é ferido, o sangue é mostrado na nossa cara.
E) Ver a luta de perto não é a mesma coisa.


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