Em 1697, publicou-se, em Lisboa, “A arte da língua
de Angola”, a mais antiga gramática de uma língua banto, escrita na Bahia, para
uso dos jesuítas, com o objetivo de facilitar a doutrinação de negros
angolanos. Os aportes bantos ou “bantuismos”, palavras africanas que se
incorporaram à língua portuguesa no Brasil, estão associados ao regime da
escravidão (senzala, mucama, banguê, quilombo). A maioria dessas palavras está
completamente integrada ao sistema linguístico do português brasileiro,
formando derivados da língua com base na raiz banto (esmolambado, dengoso,
sambista, xingamento, mangação, molequeira, caçulinha, quilombola).
(CASTRO, Yeda P. de. Das línguas africanas ao
português brasileiro. Revista eletrônica do IPHAN. Dossiê Línguas do Brasil, nº
6 - jan/fev. 07)
Dado o fato histórico-linguístico de
incorporação de “bantuismos” na língua portuguesa, conclui-se que:
A) o idioma dos escravos tinha prestígio social, a ponto de merecer um
estudo gramatical no século XVII.
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