Chuvas fortes atingem regiões norte e noroeste
do estado do Rio
Rios transbordam e provocam alagamentos em dez
municípios
Publicado em 10/01/2022 - 13:49 Por Cristina Indio do
Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Fortes chuvas atingem, desde sexta-feira (7), as regiões
norte e noroeste do estado do Rio de Janeiro, causando transtornos à população
de vários municípios. No fim de semana, o Corpo de Bombeiros atendeu mais de
150 ocorrências relacionadas às chuvas. Os rios Muriaé, Carangola, Itabapoana,
Pomba e Paraíba do Sul transbordaram, provocando alagamentos em dez municípios:
Itaperuna, Itaocara, Italva, Natividade, Porciúncula, Bom Jesus do Itabapoana,
Laje do Muriaé, Cambuci, Aperibé e Santo Antônio de Pádua.
A Defesa Civil do Estado informou que, nesse período, houve
deslizamentos e queda de árvores, sem fatalidades, em Petrópolis, Cachoeiras de
Macacu, São Sebastião de Alto e Cantagalo.
O governador Cláudio Castro e o secretário de Defesa Civil,
Leandro Monteiro, acompanham o aumento do nível dos rios nas regiões norte e
noroeste. Para minimizar os danos, o governo estadual enviou máquinas e equipes
técnicas aos municípios mais afetados. Agentes estaduais visitam as duas
regiões para verificar as condições locais e identificar os tipos de apoio
necessários às prefeituras. A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras
(Seinfra) cedeu caminhões, escavadeiras e retroescavadeiras para limpeza e
abertura de vias.
Em parceria com os governos municipais, o Departamento de
Estradas de Rodagem do Rio faz o trabalho de desobstrução de rodovias e de
contenção emergencial de encostas. Entre as vias atendidas, há trechos das
RJ-146, entre Santa Maria Madalena e Trajano de Moraes, a RJ-172, de Macuco a
Manoel de Moraes, a RJ-134, a RJ-123, a RJ-117, em Araras, e a RJ-155, em Rio
Claro.
Italva
Equipes da prefeitura de Italva, no noroeste fluminense,
continuam trabalhando na recuperação da cidade atingida com a subida do nível
do Rio Muriaé. O prefeito Leonardo Orato Rangel acompanhou o serviço de
emergência nas ruas do município. As localidades mais atingidas foram São Pedro
Paraíso, estrada da Florida/Surubi, bairro Saldanha da Gama, Morro Grande, Boa
Vista e Parque Industrial.
A equipe de Engenharia Civil da prefeitura foi acionada
para dar total apoio técnico ao Gabinete de Crise instaurado para realizar as
ações necessárias no atendimento e socorro à população. Em caso de emergência,
os moradores de Italva devem procurar a Defesa Civil pelos telefones 022
998558281, 022 999302199 ou 199.
Em Natividade, a população diz que todo ano a situação é a
mesma. Segundo o representante farmacêutico Welison Galvão, o nível do rio
começou a subiu ontem (9), por volta das 8h. “Já transbordou mais de 5 metros
desde lá debaixo do rio. Todo mundo teve que tirar as coisas de casa, levar
para outros lugares, ou levantar para não perder, porque alagou tudo aqui na
região”, disse Galvão à Agência Brasil.
Welison Galvão e a mulher, Valéria, moram no terceiro piso
de uma casa de três andares e os pais, no primeiro. “Desta vez, a água chegou à
porta da entrada da sala. No ano passado, foi 1,40 metro dentro de casa. E eu
moro longe do Rio. Todo ano está acontecendo isso”, disse.
Capital
Entre quinta-feira (6) e o início da manhã de desta segunda-feira,
a Defesa Civil do Rio registrou 180 chamados da população. De acordo com a
Secretaria Municipal de Ordem Pública, a maioria dos chamados foi para pedir
vistoria em imóveis com rachaduras ou infiltrações. Também houve pedidos de
atendimento após deslizamentos de terra. Os bairros com maior número de pedidos
foram: Tijuca (10), Campo Grande (8), Andaraí (6), Bangu (5), Vila Isabel (5) e
Grajaú (5).
Entre os chamados, 31 foram classificados como emergenciais
e resultaram na interdição de 30 imóveis, sete no Complexo do Alemão; quatro em
Inhaúma; três no Cachambi; dois em Bangu, Senador Camará, Catumbi, Tijuca e
Abolição e um em São Cristóvão, Vila Isabel, Andaraí, Centro, Vaz Lobo e
Grajaú. Equipes da Defesa Civil ainda estão nas ruas para vistorias e
atendimento de chamados da população.
Também na capital, em casos de emergência, a Defesa Civil
pode ser acionada pelo do telefone 199.
As condições meteorológicas, o acumulado de chuvas e o
nível dos rios estão sendo monitorados pela Defesa Civil estadual, que envia
alertas para as regiões com risco de deslizamentos e inundações. Para esta
segunda-feira, está prevista chuva fraca a moderada, de forma isolada, em todas
as regiões do estado, por causa de uma zona de convergência do Atlântico Sul
sobre a Região Sudeste.
A Defesa Civil estadual alerta que ainda há risco de
alagamentos e deslizamentos.
Recomendações
Segundo a Defesa Civil, em situações adversas, é preciso
ficar atento ao toque das sirenes e às orientações de segurança emitidos. O
órgçao sugere que as pessoas se cadastrem para receber no celular alertas de
risco de desastres. Basta mandar um SMS com o CEP para o número 40199.
Outra recomendação é montar um kit com itens pessoais básicos, incluindo documentos, receitas médicas, remédios de uso contínuo e cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). A população precisa também se informar previamente sobre os locais que funcionarão como abrigos ou pontos de apoio, em caso de emergência. Os telefones que podem ser chamados são o do Corpo de Bombeiros RJ (193) e o da Defesa Civil local (199).
Quanto aos riscos hidrológicos, aconselha-se que uma pessoa
da família fique atenta ao nível de subida das águas, inclusive à noite. Se
houver elevação e risco de alagar a residência, as pessoas devem retirar
aparelhos eletrônicos da tomada, fechar o gás e os registros de água e recolher
animais.
Em vias alagadas, não se deve fazer deslocamento a pé ou de
carro. O melhor é esperar a água escoar para sair.
No caso de riscos geológicos, é preciso prestar atenção a
qualquer movimentação no terreno. Se aparecerem fendas ou depressões,
rachaduras nas paredes e inclinação de árvores e postes, ou surgirem minas
d’água, deve-se deixar o local e comunicar imediatamente à Defesa Civil. Se a
residência está localizada em área de risco alto ou muito alto, as pessoas
devem se abrigar em casa de amigos e parentes fora da zona de perigo, ou no
ponto de apoio mais próximo, e ali permanecer até a Defesa Civil Municipal
autorizar o regresso à moradia.
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