(NUCEPE 2020) Nos últimos anos têm se multiplicado as referências à existência de um
processo de transformação no campo brasileiro que implica a constituição de um
“novo mundo rural”. Isto pode ser observado, tanto em textos acadêmicos como em
documentos governamentais e não governamentais. Entretanto, há muita
controvérsia a respeito do real significado deste “novo rural”.
ALENTEJANO, P.
R. R. O que há de novo no rural brasileiro? Terra Livre. São Paulo, n.15, p.87-
112, 2000.
A complexidade atual do meio rural brasileiro
é resultante de aspectos históricos, territoriais e econômicos, que concorrem
para que a questão agrária neste país seja caracterizada pela
A) modernização
seletiva do campo a partir do uso de máquinas, sementes selecionadas e
geneticamente modificadas e de relações capitalistas modernas, intermediadas
por instituições financeiras, mas com persistência de alguns problemas
localizados, apesar de importantes avanços nas políticas de democratização de
acesso à terra.
B) modernização
do campo, com ampliação do uso de máquinas e equipamentos modernos e de outros
insumos resultantes de inovações técnicas e científicas, mas também pela
concentração de terras (inclusive improdutivas) e crescimento do número de
conflitos no campo, além da manutenção de situações de trabalho escravo.
C) expansão das
relações capitalistas no campo, representada sobretudo pelo agrobusiness
(grandes empreendimentos do campo e com centro de comando nas cidades), mas com
a manutenção das pequenas e médias propriedades com modernização proporcional a
sua importância no mercado, e pelos históricos conflitos de terra concentrados
no Norte do país.
D) mecanização
da agricultura e uso extensivo da ciência para o aumento da produtividade, com
a crescente integração da produção do campo ao capitalismo monopolista
internacional, associado a financiamentos e regulamentação fiscal do Governo
Federal, mas com persistência de terras improdutivas e de trabalhadores
sem-terra.
E) persistência
de situações arcaicas, como grandes concentrações fundiárias, propriedades
improdutivas, e condições de trabalho análogas à escravidão, e de outro lado,
os grandes latifúndios que evoluíram para empreendimentos do agronegócio, com a
utilização de tecnologia de ponta e de trabalho assalariado e mão de obra
especializada.
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