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A DIT e a organização do espaço mundial

 


A DIT e a organização do espaço mundial

Atualmente, há uma configuração global conhecida como economia mundial, que consiste em um sistema complexo de relações de produção e troca que abrange todo o planeta. Dentro desse contexto, a integração econômica mundial é baseada na existência de países industrializados e suas respectivas áreas de influência, o que resulta na formação de uma Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Essa DIT é caracterizada pela especialização de alguns países na exportação de produtos agrícolas e importação de manufaturas, enquanto outros países exportam manufaturas e tecnologia.

A DIT tem desempenhado um papel significativo na organização do espaço sob o sistema capitalista. As relações entre países centrais e periféricos têm sido amplamente fundamentadas na divisão entre países industrializados e países exportadores de commodities. Alguns países primários exportadores, especialmente na África, têm se especializado na produção de poucos produtos, como algodão no Chade, cacau na Costa do Marfim, diamantes na Zâmbia, entre outros. Essa especialização tornou esses países altamente dependentes dos preços internacionais desses produtos, colocando-os em desvantagem na DIT.

No entanto, é importante destacar que a DIT não é um sistema imutável e pode sofrer modificações de acordo com a conjuntura internacional. Mudanças nas dinâmicas econômicas globais, como variações nos preços das commodities, políticas comerciais e avanços tecnológicos, podem influenciar a configuração da DIT ao longo do tempo. É fundamental compreender a natureza dinâmica e em constante evolução da DIT para entender as complexidades da economia mundial e suas implicações nas relações econômicas internacionais.

Quando analisamos a Divisão Internacional do Trabalho (DIT), podemos identificar quatro momentos-chave ao longo da história.

Durante a Primeira Revolução Industrial, as colônias desempenharam principalmente o papel de fornecedoras de matérias-primas e consumidoras de produtos industrializados.

Com a chegada da Segunda Revolução Industrial, ocorreu uma redivisão global do mundo, à medida que novas potências, como Alemanha e EUA, surgiram e começaram a compartilhar o domínio colonial. A periferia do sistema capitalista, por sua vez, se tornou uma região destinada à exportação de capitais e à atuação dos monopólios. Esse período foi marcado por mudanças significativas na dinâmica da DIT e nas relações econômicas internacionais.

Com o término da Segunda Guerra Mundial e o surgimento do bloco socialista, uma nova configuração da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) se apresentou. Os interesses geopolíticos passaram a ser influenciados pelo confronto entre o capitalismo e o socialismo, refletindo-se em forma de ajuda dos Estados Unidos e da União Soviética (empréstimos, investimentos e condições comerciais favoráveis) aos países afiliados aos seus respectivos blocos. Esse processo possibilitou a industrialização de outras nações situadas na periferia do sistema econômico mundial.

Com o advento da Terceira Revolução Industrial, novas regiões do globo se tornaram fornecedoras de tecnologia, enquanto outras passaram a se dedicar à manufatura de produtos com menor nível tecnológico. Isso resultou em uma nova configuração da DIT, com países sendo divididos em dois grupos distintos: de um lado, os fornecedores de matérias-primas e produtos intensivos em mão de obra; de outro, os fornecedores de produtos intensivos em tecnologia. Essa transformação alterou significativamente as dinâmicas econômicas e comerciais internacionais.

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