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A industrialização no Reino Unido

 

Uma cena industrial mostrando siderurgia em Nantyglo, Blaenau Gwent, Grã-Bretanha, na década de 1830. A fumaça pode ser vista saindo de várias chaminés e uma ponte está no centro.

A industrialização no Reino Unido

A Inglaterra, durante um certo período, foi a maior potência comercial do mundo, o que lhe conferiu uma enorme vantagem na conquista de territórios coloniais, que forneciam matérias-primas, recursos naturais e riquezas para o país. Além disso, a Inglaterra foi a primeira monarquia parlamentarista do mundo, e essa mudança política foi fundamental para a ascensão da burguesia comercial, que conseguiu limitar o poder do rei e aumentar a sua participação no parlamento.

Com isso, tornou-se obrigatória a aprovação das câmaras para qualquer aumento de impostos, o que ajudou a garantir a liberdade individual, de imprensa e de propriedade.

As medidas tomadas pela Inglaterra criaram um ambiente propício para o desenvolvimento da doutrina liberal, que foi uma das principais bases para a sua liderança industrial. Essa doutrina permitiu que a Inglaterra utilizasse o conceito de livre comércio como justificativa para suas práticas imperialistas, incluindo a abertura dos portos em diversas nações ao redor do mundo.

A liderança industrial da Inglaterra no período moderno também pode ser atribuída a transformações ocorridas no campo desde o século XVII. A transição do feudalismo para o capitalismo levou à transformação das terras comunitárias em propriedades privadas, através do processo de cercamentos, que implicou mudanças significativas na estrutura fundiária do país.

A Revolução Agrícola do século XVIII, com a introdução de técnicas modernas como o uso de máquinas, fertilizantes artificiais e novas culturas, também contribuiu para esse processo. No entanto, a modernização da agricultura significou a eliminação dos campos comunais utilizados pelos pequenos camponeses, que foram marginalizados em prol dos grandes proprietários rurais.

A criação de gado também adquiriu importância, especialmente na produção de lã para a crescente indústria têxtil mecanizada, que se tornou um dos pilares da economia inglesa.

O conjunto de fatores mencionados acima, aliado a uma produção comercial capitalista mais eficiente, teve como consequência o incremento da produção agrícola destinada ao abastecimento das cidades, bem como o fornecimento em grande quantidade de mão de obra para as indústrias emergentes - visto que inúmeros camponeses sem terras deslocaram-se para as áreas urbanas, constituindo uma vasta reserva de mão de obra para a indústria nascente.

A presença de depósitos de carvão e minério de ferro na Inglaterra teve um papel crucial no processo de industrialização do país. A exploração desses recursos naturais permitiu o surgimento de áreas urbanizadas altamente concentradas, como a região de Yorkshire, que se tornou um importante centro industrial. A indústria siderúrgica, em particular, teve um grande impulso com a utilização do ferro fundido na construção de pontes, edifícios, trens, trilhos e navios com cascos de ferro.

A localização estratégica de Londres, com sua proximidade ao porto, foi um dos fatores que contribuiu para a sua ascensão como a mais importante metrópole do mundo no século XIX. Além disso, a cidade já tinha uma estrutura capitalista comercial estabelecida desde os séculos anteriores, e também era o centro financeiro e de serviços do Império Britânico. Tudo isso fez com que a área metropolitana se tornasse um polo de desenvolvimento industrial, mesmo com a menor dependência do carvão, especialmente no século XX, com o surgimento de indústrias farmacêuticas, químicas e automobilísticas. Ainda assim, a capital britânica continuou sendo um importante centro de comércio e finanças, influenciando a economia global até os dias atuais.

Nos últimos tempos, a Revolução Técnico-científica-informacional teve um impacto significativo na geografia industrial mundial. Enquanto as antigas regiões industriais perderam força, novas áreas emergiram, acolhendo indústrias de alta tecnologia. No setor industrial, a substituição do carvão por fontes de energia mais limpas e eficientes, como derivados de petróleo e energia elétrica, quase eliminou a mineração de carvão, que agora se concentra principalmente na produção de aço.

Atualmente, as principais indústrias do Reino Unido são as de processamento de alimentos, máquinas, têxteis, automobilística e aviação, sendo que a maioria das matérias-primas utilizadas é importada. A economia britânica tem sua base no setor de serviços, que representa cerca de 71% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a agricultura é responsável por apenas 1% e o setor industrial, por 24%.

Em relação aos indicadores sociais, a expectativa de vida no país é de 80,2 anos, a taxa de mortalidade infantil é de 6 para cada grupo de mil crianças e a taxa de analfabetismo é inferior a 1%.

Elaborado com base em: ARARIBÁ MAIS GEOGRAFIA 9º ANO

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