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A organização da Opep e os choques do petróleo

 

Bandeira da OPEP

A organização da Opep e os choques do petróleo

Durante os anos 1950, o governo do Irã rompeu um acordo com uma empresa britânica e nacionalizou as ações da companhia em território iraniano, seguido por outros países produtores que tomaram medidas semelhantes, encerrando o domínio absoluto do cartel. Em paralelo, empresas petrolíferas menores começaram a ganhar espaço nos mercados internacionais, gradualmente reduzindo o poder econômico das Sete Irmãs.

Em 1960, alguns dos principais exportadores de petróleo do mundo, como Irã, Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela, uniram-se para criar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com o objetivo de coordenar as políticas petrolíferas dos países-membros e aumentar a receita obtida com o petróleo. A criação da Opep marcou uma mudança significativa na dinâmica do mercado de petróleo, com os países produtores buscando uma maior cooperação para proteger seus interesses e ganhar mais controle sobre a indústria petrolífera global. Essa iniciativa teve um impacto duradouro na economia mundial e nas relações geopolíticas, redefinindo as dinâmicas de poder na indústria do petróleo.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) desempenhou um papel político de grande relevância ao enfraquecer o cartel das Sete Irmãs e assumir o papel de regulação do mercado após o primeiro choque do petróleo em 1973, que resultou em um expressivo aumento dos preços. Essa transferência de poder das Sete Irmãs para a Opep marcou uma mudança significativa nas dinâmicas geopolíticas mundiais, com o Oriente Médio passando a ser considerado uma área prioritária nas estratégias geopolíticas globais.

O primeiro choque do petróleo em 1973 foi desencadeado por um fato político específico, a Guerra do Yom Kippur entre Israel e nações árabes, que envolveu vários países ocidentais, incluindo os EUA, em ações de apoio militar a Israel.

Em resposta, os países árabes se uniram e reduziram a produção de petróleo, elevando os preços do barril em mais de 70%. Essa escalada de preços resultou na maior crise do petróleo até então, com impactos significativos na economia mundial.

Desde então, os países produtores de petróleo assumiram um papel mais proeminente como controladores do mercado, em detrimento das companhias petrolíferas, que perderam espaço em relação às nações produtoras. Essa mudança de paradigma transformou os países produtores de petróleo em atores-chave na regulação dos preços e nas dinâmicas da indústria petrolífera global.

Em janeiro de 1979, um evento político de grande magnitude abalou o cenário mundial - a queda do xá (rei) Reza Pahlevi, no Irã, seguida da instalação de uma república islâmica liderada pelo aiatolá (chefe religioso) Khomeini. Esse acontecimento desencadeou um segundo choque do petróleo, com a paralisação da produção iraniana, o que teve profundas repercussões na economia global.

A situação tornou-se ainda mais complexa com o início da Guerra entre Irã e Iraque em 1980. Esse conflito agravou a instabilidade no mercado petrolífero, elevando o preço médio do barril. Tropas do Iraque, com o apoio dos Estados Unidos e da União Soviética, invadiram o vizinho Irã na tentativa de derrubar o governo islâmico, mas apesar dos esforços, não conseguiram atingir seu objetivo. A guerra persistiu por longos dez anos, causando um impacto duradouro na região e no mercado global de petróleo.

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