A Primeira Revolução Industrial
A Primeira Revolução Industrial, ocorrida
entre o final do século XVIII e o início do século XIX, foi um complexo
processo de transformações técnicas, econômicas e sociais que marcou uma nova
era na história da humanidade. Suas principais características revolucionárias
incluíram a adoção do vapor como fonte primordial de energia e a disseminação
da produção mecanizada, permitindo a substituição das manufaturas pelas
fábricas como pilares do processo de produção capitalista.
As Grandes Navegações e o impressionante
aumento do comércio internacional foram fatores determinantes que culminaram na
formação de um mercado mundial, proporcionando as condições iniciais para o
desencadeamento da Revolução Industrial. Nesse contexto, a Inglaterra assumiu a
liderança desse processo, em grande parte devido aos capitais acumulados na
fase do seu capitalismo comercial e à vantajosa conjunção de condições
naturais. A abundância de minério de ferro e carvão forneceu as matérias-primas
e as fontes de energia indispensáveis para o desenvolvimento da indústria de
máquinas.
A industrialização da Inglaterra e de outros
países, como França, Bélgica e Holanda (oficialmente conhecido como Reino dos
Países Baixos), teve um impacto significativo na reorganização de outras
regiões do mundo, tanto na produção quanto no consumo, de acordo com seus
interesses industriais. A influência da indústria na produção mundial
experimentou uma ampliação geográfica.
Várias características marcantes da Primeira
Revolução Industrial podem ser destacadas. A produção foi centralizada em
grandes unidades fabris, com uma intensa divisão do trabalho prevalecendo. Essa
mudança criou condições propícias para a redução de custos e a expansão do
mercado, promovendo o barateamento de preços e a ampliação do consumo.
A separação entre capital e trabalho
tornou-se evidente na transição para a estrutura industrial. Na pequena
produção mercantil, predominavam as formas artesanais da manufatura, em que o
produtor, o comerciante e o proprietário dos meios de produção eram a mesma
pessoa. Porém, no novo modo de produção capitalista, o trabalhador perdeu a
posse dos meios de produção, sendo obrigado a vender sua força de trabalho como
mercadoria.
Essa transformação foi acompanhada por uma
concentração massiva da produção industrial em centros urbanos. Na
Grã-Bretanha, surgiram grandes cidades industriais, como Lancashire,
Manchester, Birmingham e Glasgow, entre outras, onde a indústria se consolidou
como a força motriz da economia. Essa mudança na organização espacial e na
dinâmica produtiva marcou a nova era industrial e teve um impacto significativo
nas estruturas sociais e econômicas da época.
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