A Segunda Revolução Industrial
Após o extraordinário crescimento da produção
mundial durante a Primeira Revolução Industrial, o capitalismo inglês
enfrentou, em meados do século XIX, uma fase de crise de superprodução. Para
enfrentar esse desafio, foram buscadas soluções, como o avanço nos transportes,
com destaque para a locomotiva e o navio a vapor, além da expansão geográfica
da Revolução Industrial para outras regiões periféricas do sistema capitalista.
No entanto, o final do século XIX foi marcado
por uma nova crise que impulsionou a criação de tecnologias visando ampliar os
lucros, dando origem à Segunda Revolução Industrial, liderada pela Alemanha e
pelos Estados Unidos. Nesse período, a apropriação da ciência e da técnica
tornou-se uma característica marcante, sendo utilizadas como meio de
impulsionar o processo de acumulação de capital e aumentar a eficiência
produtiva. A interação entre ciência, técnica e capitalismo desencadeou
transformações profundas no mundo industrial, alterando a forma como a produção
e a acumulação de capital eram conduzidas.
São notáveis os progressos científicos
alcançados em quatro setores estratégicos: eletricidade, aço, petróleo e motor
a explosão, os quais se destacam na Segunda Revolução Industrial.
Nesse contexto, as empresas capitalistas
passaram a atribuir uma importância central às inovações técnicas, como
evidenciado pelo exemplo da indústria automobilística, entre outros,
desempenhando um papel fundamental na transformação econômica e social desse
período histórico.
Com o considerável avanço da indústria, houve
uma concentração da produção em empresas de porte cada vez maior. Surgiram
trustes, cartéis e holdings, associações que exerciam um poder desproporcional
sobre os concorrentes, tornando-se uma característica marcante da época.
Paralelamente, o papel dos bancos e das
bolsas de valores tornou-se central no desenvolvimento do capitalismo, uma vez
que essas instituições permitiram a fusão do capital bancário, representado por
depósitos e outros recursos financeiros, com o capital industrial, composto por
máquinas, prédios e demais ativos tangíveis. Dessa forma, a interação entre o
setor bancário e o setor industrial foi fundamental para o crescimento
econômico e a consolidação do modelo capitalista na Segunda Revolução
Industrial.
No contexto do sistema capitalista atual,
observa-se que as exportações de capital têm adquirido uma relevância de
destaque. Esse fenômeno se diferencia significativamente do que ocorreu durante
a Primeira Revolução Industrial, período em que as exportações de mercadorias
assumiam uma posição de maior importância econômica.
0 Comentários