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O nascimento da indústria petrolífera

Refinaria Standard Oil No. 1 em Cleveland, Ohio, 1899

 

O nascimento da indústria petrolífera 

Na época inicial da exploração do petróleo, a competição era extremamente feroz e desenfreada. A cada anúncio de uma nova descoberta, uma corrida desenfreada se desencadeava para adquirir as terras vizinhas ao poço, com o objetivo de explorá-las ao máximo. A consequente elevação da produção levava a uma drástica redução nos preços, até que a exaustão dos poços causasse uma nova alta.

Foi em 1870 que surgiu nos Estados Unidos a famosa empresa Standard Oil, fundada por John Rockefeller. Essa empresa passou a atuar em todas as etapas da cadeia produtiva do petróleo, desde o refino até a distribuição e o transporte, o que resultou em uma diminuição significativa dos riscos e das flutuações de preços. Durante as décadas de 1880 e 1890, a Standard Oil monopolizou 90% do transporte ferroviário e dos oleodutos, expandindo sua atuação para a Europa, Ásia, África do Sul e Austrália, e consolidando seu domínio sobre cerca de 90% da capacidade mundial de perfuração, refino e distribuição, estabelecendo-se como um verdadeiro monopólio global.

No começo do século XX, com o advento do motor a explosão, houve um significativo aumento na demanda de petróleo para propulsão de grandes navios transatlânticos e trens, e posteriormente, com a popularização dos automóveis. Como resultado, a produção de petróleo expandiu-se globalmente, porém, manteve-se restrita a um seleto grupo de empresas que detinham o monopólio da tecnologia de exploração e refino, exercendo um controle sobre a produção e distribuição desse recurso estratégico. Esse cenário consolidou o poder dessas empresas, regulando de forma dominante todo o mercado petrolífero mundial.

Durante um longo período de mais de vinte anos, a atuação monopolista da Standard Oil foi objeto de questionamentos e contestações por parte de seus concorrentes nos tribunais dos Estados Unidos. Essa situação se prolongou até que, em 1911, o Supremo Tribunal estadunidense emitiu uma ordem determinando a divisão da empresa em 34 novas empresas independentes, como uma medida para combater o monopólio. Posteriormente, essas novas empresas se juntaram a outras duas grandes corporações dos EUA e mais duas empresas europeias, formando assim o chamado cartel conhecido como as Sete Irmãs, que foi criado com o objetivo de competir no mercado internacional de petróleo.

Agindo de forma integrada, o cartel buscou eliminar a concorrência e consolidar o controle sobre o mercado mundial de petróleo, em uma estratégia de domínio global que abrangeu diversas regiões do mundo. Essa ação teve implicações profundas não apenas no aspecto econômico, mas também no geopolítico, resultando em uma concentração de poder sem precedentes no setor de petróleo, que influenciou a dinâmica dessa indústria ao longo do século XX e além.

Com o aumento da descentralização da oferta de petróleo em diversos países ao redor do mundo, as grandes companhias passaram a adotar estratégias de concessões, especialmente na região do Oriente Médio. Esses contratos de concessão, muitas vezes com duração de cem anos ou mais, possibilitaram o estabelecimento de um controle geográfico, onde os preços praticados pelos países produtores e exportadores de petróleo fora do consórcio eram mantidos baixos, com o apoio dos governos dos países desenvolvidos. Essa estratégia permitiu às empresas consolidar seu domínio sobre a indústria petrolífera global, estabelecendo uma influência significativa sobre a economia e a política de diversos países produtores de petróleo ao redor do mundo. Essa abordagem de controle geográfico e concessões de longo prazo teve profundas implicações no cenário geopolítico e econômico mundial, moldando as dinâmicas do mercado de petróleo ao longo do tempo.

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