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Ocupações militares motivadas pelo interesse por petróleo

 

Os campos de petróleo kuwaitianos destruídos a mando de Saddam

Ocupações militares motivadas pelo interesse por petróleo

O petróleo assumiu um papel central no interesse geopolítico das potências industriais, sendo um recurso estratégico de grande relevância. A partir de 1999, um novo choque do petróleo ocorreu devido ao aumento do consumo mundial, desencadeando eventos de grande impacto na geopolítica global. Dois conflitos armados notáveis foram motivados pela posse e controle geopolítico do petróleo: a Primeira Guerra do Golfo em 1990 e a invasão do Iraque, conhecida como Segunda Guerra do Golfo, em 2003.

A Primeira Guerra do Golfo teve origem no contexto do fim da Guerra Irã-Iraque (1980-1989), quando o Iraque, enfrentando graves problemas de endividamento, passou a pressionar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para diminuir a produção de petróleo, visando aumentar os preços e obter mais recursos para a reconstrução do país. No entanto, o Kuwait, com uma infraestrutura portuária mais avançada em comparação ao Iraque, aumentou sua produção, não seguindo as cotas estabelecidas pela Opep.

Saddam Hussein, então presidente do Iraque, desencadeou uma guerra em agosto de 1990, anexando o Kuwait ao território iraquiano. No início de 1991, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos invadiu o Kuwait em uma operação conhecida como "Tempestade no Deserto", pondo fim à ocupação iraquiana.

A presença das forças militares dos Estados Unidos na região assegurou certa estabilidade na produção de petróleo e nas ações da Opep. O Iraque foi proibido de comercializar seu petróleo sem autorização direta da ONU, que apenas permitia a troca de petróleo por alimentos e remédios.

A Segunda Guerra do Golfo foi deflagrada em março de 2003, quando tropas estadunidenses e britânicas invadiram o Iraque, alegando que Saddam Hussein apoiava o terrorismo internacional e possuía armas de destruição em massa.

Essa guerra resultou no controle dos Estados Unidos sobre as imensas reservas de petróleo iraquianas. Apesar de ter durado cerca de seis semanas, a guerra não contou com o apoio da ONU, e vários países, como França, China e Rússia, se posicionaram contra essa ação militar.

Em 2004, Saddam Hussein, ex-líder iraquiano, foi capturado e posteriormente executado pelo governo do Iraque em 2006.

A região do Cáucaso, conhecida por suas vastas reservas e produção de petróleo, desempenha um papel crucial no fornecimento de energia para a Europa, Estados Unidos e Ásia. Além disso, essa região tem sido marcada por conflitos geopolíticos relacionados ao petróleo. O controle dos oleodutos e gasodutos que atravessam a região desperta um interesse estratégico significativo, com potências globais como Rússia e Estados Unidos apoiando diferentes lados em conflitos locais na busca por influência e controle sobre esses recursos energéticos.

Na América Latina, a Venezuela, o México e o Brasil são os principais produtores de petróleo, embora também haja reservas significativas no Equador e na Bolívia. Nas últimas décadas, tem ocorrido uma mudança no panorama político e nacionalista que tem impactado a geopolítica dos recursos naturais na região. Notadamente nos anos 2000, têm sido estabelecidas parcerias estratégicas na construção de refinarias, como é o caso de Pernambuco, e gasodutos, como o Brasil-Bolívia, marcando uma nova fase em busca da recuperação do controle sobre as reservas naturais, que havia sido perdido na década de 1990 com a adoção de políticas neoliberais que levaram à privatização de empresas petrolíferas, como ocorreu na Argentina, e das reservas de gás, como ocorreu na Bolívia.

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