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Movimento negro no Brasil - Surgimento e evolução

 


Movimento negro no Brasil - Surgimento e evolução

O movimento negro no Brasil teve seu surgimento no contexto histórico da luta contra a escravidão e a opressão dos povos africanos trazidos à força para o país durante o período colonial. Os primeiros registros de resistência datam do período escravocrata, com diversas rebeliões e fugas para formar comunidades quilombolas, como o emblemático Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi dos Palmares.

Com a abolição da escravatura em 1888, o movimento negro passou a buscar a inserção e a valorização da população negra na sociedade brasileira. No início do século XX, surgiram as primeiras organizações negras, como a Frente Negra Brasileira, criada em São Paulo em 1931, que buscava o combate ao racismo e a promoção da igualdade racial.

Nos anos 1960 e 1970, o movimento negro ganhou força com o surgimento de várias entidades e coletivos, como o Teatro Experimental do Negro e o Grupo Palmares. Nesse período, o ativismo negro esteve articulado com outras lutas sociais e políticas, como a luta contra a ditadura militar e pela democratização do país.

A partir dos anos 1980, o movimento negro passou a ganhar ainda mais visibilidade e atuação política, buscando conquistas concretas em relação aos direitos e à representatividade da população negra. Diversas organizações foram criadas, como o Movimento Negro Unificado (MNU), que teve papel fundamental na luta contra o racismo institucional e pela implementação de políticas afirmativas.

Atualmente, o movimento negro continua atuante, buscando combater o racismo estrutural, denunciar a violência racial e promover a valorização da cultura afro-brasileira. Além disso, há uma crescente demanda por políticas públicas efetivas de combate às desigualdades raciais e por uma sociedade mais justa e igualitária para todos os cidadãos.

O movimento negro no Brasil representa uma luta histórica e contínua pela conquista de direitos, pela valorização da identidade e da cultura afro-brasileira, bem como pelo fim das desigualdades raciais que ainda persistem na sociedade. A sua evolução ao longo dos anos demonstra a resiliência e a determinação do povo negro em busca de um país mais justo e inclusivo.

Bibliografia:

GOMES, Flávio dos Santos. Movimento Negro Brasileiro: alguns apontamentos históricos e teóricos. In: Intelectuais Negros e Crítica Cultural. 1ª ed. São Paulo: Editora Edusp, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 1ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

SANTOS, Joel Rufino. A luta pela descolonização do saber: intelectuais negros e negras e crítica ao racismo brasileiro. In: Afro-Ásia. nº 47. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais - UFBA, 2013.

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