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Racismo estrutural e institucional - Conceito e manifestações

 


Racismo estrutural e institucional - Conceito e manifestações

O racismo estrutural e institucional são conceitos que se referem a formas mais sutis e profundas de discriminação racial, presentes nas estruturas sociais e nas instituições do país. Diferentemente do racismo individual e explícito, que se manifesta por meio de atitudes preconceituosas e discriminatórias de pessoas específicas, o racismo estrutural e institucional é mais enraizado e permeia diversas esferas da sociedade.

O racismo estrutural está relacionado às bases e fundamentos da sociedade, que foram moldados historicamente por relações de poder e dominação racial. Essas estruturas são carregadas de preconceitos e estereótipos racistas que acabam perpetuando desigualdades e privilégios para determinados grupos étnicos, em detrimento de outros.

Já o racismo institucional refere-se a práticas discriminatórias presentes em instituições governamentais, empresas, escolas e outros espaços formais. Essas instituições podem reproduzir preconceitos e discriminações de forma implícita, mesmo sem intenção consciente de fazê-lo. Por exemplo, políticas públicas que ignoram as necessidades específicas da população negra, falta de representatividade em cargos de poder, e práticas seletivas que discriminam candidatos negros são exemplos de racismo institucional.

As manifestações do racismo estrutural e institucional são variadas e abrangem diferentes aspectos da vida social. Podem ser observadas em indicadores socioeconômicos, como a desigualdade de renda e a concentração de população negra em situações de vulnerabilidade social. Também se refletem em indicadores educacionais, como a falta de representatividade negra nos quadros docentes e a ausência de uma educação inclusiva e antirracista nos currículos escolares.

No âmbito da saúde, o racismo estrutural se manifesta em menor acesso a serviços de qualidade e em maiores índices de mortalidade para a população negra. No mercado de trabalho, a discriminação se traduz em menores oportunidades de emprego e em salários mais baixos para trabalhadores negros.

O combate ao racismo estrutural e institucional requer ações sistemáticas e políticas públicas que promovam a igualdade racial e combatam a discriminação em todas as esferas da sociedade. É essencial criar mecanismos para a inclusão e a representatividade da população negra em todas as instâncias de poder e para a implementação de políticas que garantam a igualdade de oportunidades para todos, independentemente de sua origem étnica.

Bibliografia:

GONZÁLEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In: Ciências Sociais Hoje. São Paulo: Cortez, 1984.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Racismo e anti-racismo no Brasil. 1ª ed. São Paulo: Editora 34, 1999.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. 1ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1999.

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